Além dos processos inflamatórios que são extremamente frequentes, principalmente na população pediátrica, são muito comuns a ocorrência de corpos estranhos no conduto auditivo externo, como metais, peças de brinquedos, feijão, milho entre outros. Os fones de ouvido também se constituem em corpos estranhos que são introduzidos no conduto auditivo externo.
A orelha externa é formada pelo pavilhão da orelha e pelo conduto auditivo externo. Trata-se de uma região extremamente inervada e vascularizada, onde qualquer processo inflamatório ou objeto estranho introduzido pode causar infecção e dor intensa. O pavilhão da orelha é uma estrutura cartilaginosa coberta por pele, onde podemos identificar os pontos tragus e o antitragus, cuja função é de defesa, impedindo a entrada de corpos estranhos.
Pela sua estrutura e localização, torna-se vulnerável às variações de temperatura, infecções e traumas das mais diversas origens e, portanto, passível de processos inflamatórios. O cerume é uma substância que ocorre naturalmente no conduto auditivo externo e que tem como função proteger, lubrificar e limpar a orelha. À medida que o cerume é produzido, corpos estranhos como sujeira, poeira e partículas aderem a ele e são expelidas quando da eliminação pelo conduto.
Spotify, podcast, rádios online e aplicativos de músicas intensificam o uso de fones no esporte.
O uso de fones de ouvido tem se tornado cada vez mais frequente com o aumento do uso de smartphones e a disseminação de plataformas de músicas. Podemos ver o uso disseminado de fones de ouvido em ônibus, metrôs, durante as práticas de esportes, nas ruas e em casa.
Com o aumento de usuários ocorre também o aumento de complicações, quer seja com trauma local, processos infecciosos e também como trauma acústico pelo nível elevado de ruído. Não existe ainda uma normatização de tempo de uso, porém volumes de som acima de 70 decibéis já podem trazer consequências danosas ao sistema auditivo.
Os incômodos mais comuns com o uso excessivo de fones de ouvido são os intracaniais, ou seja, aqueles que são introduzidos dentro do canal auditivo. Podem ser identificados como dor devido ao trauma e edema local. Em casos mais avançados podemos observar processos infecciosos extremamente dolorosos. Para avaliar se já se instalou algum tipo de problema se faz necessária a consulta com otorrinolaringologista.
Confira alguns cuidados com os fones de ouvido para manter a saúde auditiva em dia:
- Sempre deixar o volume do seu aparelho na metade (se for de 0 a 10, o ideal é 5), o que equivale a 60 decibéis. Caso o volume ultrapasse esse limite, é preciso tomar cuidado com o tempo de exposição.
- Limitar o uso contínuo por no máximo duas horas, com repouso do conduto auditivo.
- Sempre perguntar às pessoas em volta se conseguem ouvir o som vazando do fone. Se sim, é porque ultrapassou 85 decibéis; é melhor abaixar o volume.
- Sempre preferir modelos como os headsets, tipo concha, porque abafando o ruído externo, ajudam na hora de controlar o volume. Esses modelos tendem a ser menos nocivos que os fones de inserção.
- Nunca dormir com os fones de ouvido. Afinal, assim como você, seus ouvidos precisam de descanso.
- Guardar os fones em uma embalagem para não acumular sujeira, o que pode gerar contaminação. Fazer uma higienização com algodão embebido em álcool antes do uso.
- Se usar o fone em um ouvido só, alterne para não sobrecarregar apenas um lado.
- Ao tirar o fone, caso perceba abafamento, zumbido, apito ou qualquer outra sensação sonora ou dor, é aconselhável consultar um médico otorrinolaringologista para avaliar sua audição.
Cuide bem da sua saúde auditiva, as medidas preventivas são sempre o melhor tratamento no caso de lesões auditivas.