Quando uma criança tem coragem de contar que está sofrendo violência, é essencial que o adulto que a escuta saiba exatamente o que fazer. Esse momento delicado, que exige escuta atenta, acolhimento e responsabilidade, agora conta com uma nova ferramenta na Rede Municipal de Ensino de Araxá: a “Cartilha de Orientação Como Agir em Casos de Violência”.
Como parte das ações do Maio Laranja – mês dedicado à prevenção do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes – a Prefeitura de Araxá, por meio da Secretaria Municipal de Educação, lançou essa cartilha prática de orientação voltada aos profissionais da Rede Municipal de Ensino. O material reúne diretrizes, fluxogramas e simulações que orientam professores, coordenadores, diretores e demais servidores sobre como agir em situações de suspeita ou confirmação de violência envolvendo estudantes.
A ação foi idealizada pela secretária de Educação, Zulma Moreira junto à equipe de psicólogos da rede municipal de educação, e integra o projeto “Saber e Proteger”, que já vem sendo desenvolvido nas escolas desde 2021 por meio da atuação da equipe de psicólogos escolares. “Nossa maior motivação foi normatizar os procedimentos diante de qualquer violação dos direitos das nossas crianças e adolescentes. Precisamos garantir que toda a comunidade escolar saiba como agir com segurança, acolhimento e responsabilidade”, destaca a secretária.
A cartilha contempla orientações legais, o passo a passo de acolhimento em casos de revelação espontânea por parte das crianças, fluxogramas de atendimento, formulários de denúncia e até dramatizações que simulam abordagens corretas em situações de suspeita de abuso. O conteúdo foi elaborado com base em legislações como o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei da Escuta Especializada e Lei Henry Borel.
Além do material impresso, o projeto inclui a realização de um workshop no dia 13 de junho, em parceria com o Sest-Senat, voltado para gestores escolares e representantes da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente. Cada unidade escolar também receberá kits com a cartilha e passará por treinamentos específicos com os psicólogos responsáveis.
Segundo a secretária Zulma Moreira, o objetivo principal é fortalecer o ambiente escolar como um espaço seguro, de confiança e proteção. “Queremos que nossos profissionais se sintam preparados para acolher cada criança com empatia e agir de forma correta diante de qualquer sinal de violência. Proteger é dever de todos, e essa cartilha é uma ferramenta de cuidado, prevenção e dignidade”, finaliza.