“O que vai diferir é somente a altura dos astros, de acordo com a localidade. No Rio de Janeiro, às 4h30 da manhã [do dia 30], eles já estarão a uma altura de 18 graus e vão ficando cada vez mais altos em relação ao horizonte, até que a claridade do dia fará com que não possamos mais vê-los”, explicou a tecnologista-sênior do ON, Josina Nascimento.
Em 11 de fevereiro, também ocorreu uma conjunção entre Vênus e Júpiter antes do amanhecer. No entanto, os planetas estavam próximos ao Sol e isso dificultou a observação do fenômeno.
O observatório informa que em 2 de março de 2023 haverá outra conjunção entre os dois planetas, mas com uma distância maior entre eles. Na última quarta-feira (27), um morador de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, conseguiu registrar Vênus e Júpiter no céu, próximos à Lua.
Já em 19 de abril, Júpiter, Vênus, Marte e Saturno estavam alinhados no céu e foram registrados no amanhecer seco e frio de São Paulo. (Veja video abaixo)
O que é uma conjunção de planetas?
Nascimento explica que a conjunção planetária é um “evento entre dois corpos celestes” que “estão na mesma linha”. Essa linha, segundo a especialista, é o meridiano celeste:
“Da mesma forma que usamos o sistema de coordenadas geográficas para designar um lugar sobre a superfície terrestre, usamos sistemas de coordenadas para localizar um astro no céu. Um desses sistemas é o sistema de coordenadas equatoriais.”, explica.
Na Terra, as latitudes são contadas a partir da linha do equador. Já no céu, elas são contadas a partir do equador celeste, uma extensão do sistema da Terra.
“Já as longitudes, na Terra, são contadas a partir do meridiano de Greenwich. Enquanto isso, no céu, a ascensão reta é contada a partir do chamado ponto vernal, o local onde o Sol está no equinócio de março”, complementa.
Nascimento explica que os dois planetas podem estar na mesma linha, no mesmo meridiano, mas mesmo assim estarem bem distantes. É apenas um “truque” para quem está observando da perspectiva da Terra.
Uma outra conjunção entre planetas, desta vez entre Vênus e Marte, rendeu a publicação de uma fotografia de um brasileiro pela agência espacial americana (Nasa).
O fotógrafo de astronomia Kiko Fairbairn registrou o fenômeno raro, com clique feito em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Os dois planetas foram avistados da perspectiva da Terra próximos em 4 de março, durante o Carnaval. Na região serrana do estado, é possível ver Vênus, à esquerda, e Marte, à direita.