Diante dos recém-divulgados padrões mínimos de eficiência energética para geladeiras pelo governo federal, a indústria do ramo alerta um aumento nos custos, que podem chegar a preços acima de R$ 5 mil para produtos de entrada.
Em 8 de dezembro, o governo federal emitiu uma resolução aprovando o novo Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores de uso doméstico. Este documento estipula padrões de eficiência energética para geladeiras.
O Ministério de Minas e Energia (MME) afirma que o programa visa proporcionar maior economia nas contas de energia elétrica dos consumidores, por meio da adoção de equipamentos mais eficientes.
O governo argumenta que, além de oferecer aos consumidores acesso a geladeiras domésticas melhores e mais eficientes em termos energéticos, a iniciativa incentivará investimentos na indústria brasileira. Esta passará a fabricar localmente os mesmos equipamentos já produzidos por empresas em outros países.
Contrapartida negativa
Em detrimento das novas regras, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) prevê um “aumento abrupto” nos preços, especialmente afetando a população de baixa renda.
Isso ocorre porque a oferta predominante será de produtos considerados de alto padrão, custando em média de 4 a 6 vezes o salário mínimo nacional — com o piso atual de R$ 1.320, o preço médio de uma geladeira pode variar entre R$ 5.280 e R$ 7.920. Atualmente, uma geladeira frost-free básica é encontrada na faixa de R$ 1.800 em lojas de varejo online.
Ainda conforme a Eletros, os preços dos refrigeradores estão intrinsecamente ligados aos custos de produção e à capacidade de compra do consumidor.
Economia
O ministério estima que a nova resolução poderá resultar em uma economia de energia elétrica de 11,2 terawatt-hora (TWh) até 2030, equivalente ao consumo anual de residências na região Norte do país.
Em termos econômicos, a pasta calcula benefícios de R$ 400 milhões até 2030 em energia economizada. Contudo, ressalta que não é possível determinar a redução na conta de luz, pois este valor depende de variáveis como o tamanho do refrigerador, tarifas locais de eletricidade e hábitos de uso individuais de cada consumidor.