“Tranquilos e seguros”.
Assim se definem moradores de Moscou questionados pela agência de notícias AFP sobre como se sentem diante de ataques quase diários de drones, que viraram uma realidade na capital russa nos últimos meses.
Os habitantes de Moscou dizem que se adaptaram à nova dinâmica e ainda mostram também o distanciamento da população diante do conflito na Ucrânia – por conta da forte campanha do governo russo para barrar notícias da guerra nas mídias do país.
Pouco mudou na capital russa apesar de que, desde a primavera no Hemisfério Norte, a cidade tem sido mais frequentemente alvo de drones.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já declarou que o conflito chegou ao território russo, algo “absolutamente justo”, segundo ele.
Mas os moscovitas não estão assustados.
“Não tenho medo”, diz Tigran, um arquiteto de 40 anos, em um café. Ele se diz satisfeito com os poucos danos causados. “Sinto-me muito calmo e geralmente seguro”, acrescenta.
Outros moscovitas pensam o mesmo, e sua principal preocupação é continuar suas vidas normalmente.
“Há tropas e equipamento suficientes” para responder aos ataques, opina Konstantin, um aposentado de 70 anos. A única coisa que o preocupa é o seu GPS, que está quebrado desde o início dos ataques, devido à interferência da defesa russa.
“É difícil circular por Moscou sem um navegador por satélite, o resto não importa”, diz ele.
Para os analistas russos, a escala destes ataques ainda é pequena para qualquer repercussão.
“É claro que as autoridades querem minimizar (o efeito) e parar” os ataques, diz o especialista militar pró-Kremlin Alexander Khramchikhin.
Mas, acima de tudo, diz Khramchikhin, “a escala destes acontecimentos não é suficiente para preocupar seriamente a população de uma megalópole. Estes ataques têm um efeito microscópico para uma cidade de 12 milhões de habitantes”.