Normalmente, quando ouvimos falar em dietas da moda, entendemos tratar-se de dieta de emagrecimento rápido. São dietas que prometem redução de peso sem considerar nenhum aspecto de individualidade, e, claro, dietas padronizadas e por vezes sem qualidade nutricional. Mas por que deveríamos nos preocupar com qualidade nutricional? Quando pensamos em rendimento esportivo, devemos considerar periodização dos treinamentos, recuperação entre os treinos, força, explosão, resistência, tudo de acordo com cada modalidade. Mas fundamental é atentar à saúde geral do atleta.
A qualidade nutricional de uma dieta influencia diretamente em todas as funções do metabolismo: produção hormonal, recuperação dos tecidos e construção de células novas, foco e concentração, disposição e energia, ou seja, tudo que vai comprometer o rendimento de um atleta. A maioria de nossos atletas hoje é formada por pessoas que não vivem somente do esporte, ou seja, temos todo desgaste de rotina diária, muito trabalho, estudos, família, lazer, social e o esporte. Então, temos que considerar a demanda e o ambiente ao qual esse atleta está inserido para entender as reais necessidades dele. Uma pessoa com níveis altos de cobrança no trabalho, carga horária alta, muita pressão e estresse, por exemplo, pode usar o esporte como válvula de escape, como uma forma de relaxar.
No entanto, esse organismo está sofrendo com altos níveis de cortisol (hormônio de estresse), encontra-se possivelmente com produção acentuada de citosinas inflamatórias e baixos níveis de vitaminas e minerais no organismo. Assim, esse atleta é um forte candidato à baixa performance, recuperação muscular prejudicada e risco aumentado de lesões. Um grande equívoco cometido pelos atletas é atentar à suplementação sem considerar que a base, o combustível que regula todo o funcionamento do metabolismo, é alimentação, isto é, os alimentos. Os alimentos são fontes naturais de vitaminas, minerais bioativos, antioxidantes, anti-inflamatórios, vasodilatadores, relaxantes e estimulantes, entre outros.
Extraímos dos alimentos e plantas as substâncias que estão isoladas nos suplementos, mas nos alimentos elas se encontram em sinergismo e com melhor poder de ação. Recentemente, somos bombardeados por novas dietas, as mais faladas são:
Dieta Low Carb (todas com restrição de carboidrato); Paleo (restrição ainda maior de carboidratos com aumento de gorduras e liberação de alguns embutidos); Dieta Cetogênica (dieta de baixo índice e carga glicêmica suficiente para induzir metabolismo de gordura, normalmente alimentos de origem animal); Keto Plant (restrição de carboidrato com aumento de proteínas e gorduras de origem vegetal); Jejum Intermitente (abstinência voluntária de alimentos dentro de um período específico); Dieta Flexível (considera distribuição de macronutrientes – carboidrato, proteína e gordura).
Enfim, vamos chamá-las de Estratégias Nutricionais. Sim, elas têm respaldo científico por meio de pesquisas, e podemos afirmar que todas funcionam. A questão é direcionarmos essa melhor estratégia, uma dieta que efetivamente atenda à situação metabólica do atleta e sua demanda de treinamentos e avalie a sua adaptação. Na nutrição esportiva, quando restringimos os carboidratos, estes estariam presentes nas duas refeições anteriores ao exercício, considerando que necessitam-se entre 4 e 6 horas para a síntese de glicogênio. Como a ingestão de carboidratos é baixa, esses devem ser provenientes de fontes de qualidade (a popular batata-doce cozida e outros tubérculos são ótimas opções).
No consultório, observo muito isso: como cada organismo adapta e desadapta a uma estratégia, tem resultados, estabiliza e volta a tê-los. Dietas muito restritivas, na maioria das vezes, podem sim comprometer o rendimento do atleta; pode ser difícil manutenção e ainda gerar distúrbios alimentares. Restringir carboidrato pode aumentar níveis de estresse do organismo ser a causa da falta de energia e rendimento. A intolerância ao carboidrato é comum em pacientes intoxicados por alimentos industrializados, pró-inflamatórios. Assim, esse paciente responde excelentemente à restrição e ao jejum intermitente. Para pessoas com metabolismo lento e baixa taxa de oxidação de carboidratos, essas estratégias são ótimas opções. No entanto, não são fáceis de serem mantidas por muito tempo.
A restrição energética de carboidratos é compensada por aumento das proteínas e gorduras, mas também dos vegetais. Os vegetais são fontes chave de nutrientes do metabolismo, e quando suprimos o aporte desses micronutrientes o organismo é capaz de ativar funções e trabalhar de maneira ainda mais eficiente. Se vocês me perguntarem qual é minha estratégia predileta, responderei que prefiro prescrever dietas equilibradas em carboidratos para pacientes com uma excelente carga de exercícios e já com um metabolismo bem ajustado! Uma ideia é o profissional realizar uma periodização nutricional com seu paciente e em alguns momentos chave trabalhar algumas semanas alternando as propostas.
Sem dúvida, viver com restrição pode não ser tão adaptado facilmente em qualquer lugar. Compreenderam? Atletas são, antes do esporte, SERES HUMANOS e dependem de uma boa saúde para terem performance. Não adianta o melhor suplemento High Pull Máximo TOP, se você não tem um intestino que está absorvendo. Não adianta a estratégia super MASSA Atleta, referência Master do Alasca, se não é a SUA NECESSIDADE. Somos SERES ÚNICOS E INDIVIDUAIS. E não existe PROTOCOLO de cada pessoa.
Procure um profissional em que você possa confiar e siga exatamente o que ele propuser. A dieta que realmente funciona e faz milagre é a que você segue e se permite experimentar os resultados.