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Da boa pastagem às terras raras: como a economia de Araxá se reinventa ao longo de 160 anos de história

Completou 160 anos na sexta-feira (19), a ocupação da cidade começou cerca de 100 anos em uma história que pode ser contada através da economia.

Redação por Redação
20 de dezembro de 2025
em Araxá e Região
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Da boa pastagem às terras raras: como a economia de Araxá se reinventa ao longo de 160 anos de história
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Araxá completou 160 anos de emancipação política na sexta-feira (19). A história da cidade começou com a chegada dos primeiros futuros moradores que formaram uma pequena comunidade rural baseada na pecuária e agricultura de subsistência após a decadência da mineração de ouro na região. E ao longo do tempo, diversas foram as eras econômicas de uma cidade que foi se reinventando para garantir o futuro.

Da área que era de Minas Gerais, foi de Goiás e voltou a ser mineira. E da ocupação da Sesmaria do Barreiro após a decadência do ouro na região até a descoberta das terras raras, o g1 conta como a cidade se reinventou economicamente ao longo das décadas.

🔎Desemboque: povoado berço da civilização do Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba). De grande centro político e comercial no passado, hoje é distrito de Sacramento.

Sesmaria do Barreiro

A emancipação política de Araxá ocorreu em 1865, porém a história da cidade começou cerca de 100 anos antes. De acordo com a Fundação Calmon Barreto, no meio século XVIII, índios e negros fugitivos da escravidão conviviam pacificamente na região em uma economia de subsistência, até que em 1759 o Quilombo do Ambrósio, atualmente distrito de Ibiá, foi descoberto e atacado.

E sete anos depois, em 1766, o Triângulo Mineiro foi anexado à Província de Goiás, seguindo com o extermínio de grande número de índios araxás. Até ali, o polo econômico da região era a região de Desemboque, onde a mineração de ouro atraía centenas de pessoas.

Só que entre 1770 e 1790, o ouro que antes era abundante em Desemboque começou a ficar escasso e a região se tornou apenas um apoio para garimpeiros que seguiam para as minas em Goiás. Em busca de novo sustento, a população encontrou na região do Barreiro pastagens abundantes e águas ricas em sais essenciais para a pecuária.

E a partir disso, houve a demarcação da Sesmaria do Barreiro em 1785, o que impulsionou o povoamento.

“A descoberta das águas minerais do Barreiro, no final do século XVIII, atraiu criadores que aqui chegaram para alimentar seu gado com as águas salitradas. Instalaram-se fazendas e a primeira Sesmaria foi demarcada em 1785. A vida rural antecedeu a urbana, contudo a agricultura, nesse período, foi de subsistência”, disse historiadora Glaura Teixeira Nogueira Lima.

Uma sesmaria era uma grande porção de terra concedida pela Coroa Portuguesa durante o período colonial no Brasil. Essas concessões tinham como objetivo incentivar a ocupação e exploração do território.

Por mais de 30 anos, a agropecuária predominou e movimentou a economia do povoado com o cultivo de milho, feijão, algodão, café, além da criação de gado.

Indústria têxtil

Em 1816, Araxá volta a pertencer à Província de Minas Gerais. E pouco depois, em 1819, a produção de tecidos de algodão e lá com teares manuais se torna fonte de renda a partir da exportação para regiões vizinhas.

E quando a Revolução Industrial chega ao Brasil, os teares mecânicos substituem os manuais, e a indústria têxtil local é iniciada, dividindo o destaque econômico com a agropecuária.

E assim, a cidade se desenvolveu economicamente até a abolição da escravatura.

Comércio ganha espaço

Emancipada em 1865 e com a agropecuária e indústria têxtil como destaques, a economia de Araxá foi redesenhada a partir de 1888, com a abolição da escravidão. Inicialmente, a produção agrícola foi reduzida devido a falta de mão de obra.

Enquanto o campo se inseria na nova realidade, a chegada dos imigrantes europeus a partir de 1890 fez a cidade ganhar mais destaque em relação ao campo. O comércio cresceu com as primeiras “vendas” e novas profissões, como marceneiros, carpinteiros, alfaiates, ferreiros e padeiros foram introduzidas na cidade.

Indústria

O início do século XX marcou mais uma etapa para a industrialização de Araxá. Entre 1910 e 1919, o comércio e a agropecuária restabelecida aos níveis do século anterior ganharam a companhia da indústria alimentícia.

A década foi marcada por fábricas de manteiga e queijo, aproveitando a produção de leite, agregando valor ao produto.

No período, a indústria de sabonetes finos também surgiu na cidade.

Turismo e cassino

Conhecidas e exploradas desde o início da ocupação da região, as águas termais do Barreiro ganham ainda mais fôlego entre as décadas de 1920 e 1940. Hotéis são construídos na cidade, que atraem turistas de vários locais para banhos nas termas e hospedagens luxuosas.

Ainda segundo a historiadora Glaura Teixeira Nogueira Lima, a atividade termal chegou, sim, a dominar a economia.

“Ainda no final do século XIX , as águas minerais foram submetidas a vários estudos científicos que apontavam seus poderes terapêuticos. Teve início, então a criação de hotéis e pensões, arrendamento de áreas próximas às fontes minerais à iniciativa privada para construção de um balneário e devidas melhorias para receber os que aqui chegavam em busca de cura ou descanso em temporadas”, disse.

O potencial turístico ganhou ainda mais status com o projeto do Complexo do Grande Hotel Termas de Araxá, com construção iniciada em 1939. A obra durou seis anos, com o hotel sendo inaugurado em 1944, dois anos depois da abertura das termas.

Projeto por Luiz Signorelli, o hotel é inspirado nas construções coloniais da América Espanhola, como da Colômbia e Venezuela. Já o jardim foi projeto pelo paisagista Roberto Burle Marx.

O Grande Hotel era um projeto tão marcante para a cidade e para o Estado Novo, que contou com a presença do presidente do Brasil Getúlio Vargas e do governador de Minas Gerais, Benedito Valadares. Ambos tinham suítes construídas exclusivamente para eles e que até hoje contam com o mobiliário original.

Mas não era só o luxo e as termas que atraíam hóspedes para o hotel. Dentro dele funcionou um cassino que movimentou muito a economia da cidade a partir das apostas.

No entanto, o cassino durou pouco, pois em 1946 o então presidente, Eurico Gaspar Dutra, decretou a proibição de cassinos no Brasil. Segundo ele, os jogos de azar não eram compatíveis com a moral jurídica e religiosa brasileira.

Mineração e terras raras

O início da década de 1950 marcou um novo rumo para a economia araxaense. De acordo com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Djalma Guimarães identificou o depósito de pirocloro na região do Barreiro, determinando a presença de nióbio.

Cerca de dois anos depois, em 1955, a própria CBMM foi fundada e iniciou a exploração do minério na cidade. Atualmente, Araxá responde por cerca de 90% da produção de ferro-nióbio mundial e detentora de 100% do mercado nacional.

De acordo com o diretor industrial da CBMM, Alexandre Reple, a jazida de Araxá foi formada em um antigo vulcão inativo há 100 milhões de anos que, com os intemperismos e erosão acumulou o nióbio e transformou.

“O minério em Araxá tem alta concentração de nióbio. Reserva de nióbio não é rara, existindo mais de 100 no mundo, mas a concentração e o acesso fácil nos tornou uma reserva de classe mundial”, disse.

O nióbio é utilizado como liga par tornar o aço mais leve e resistente, mas essa não é a única utilidade do metal, que também é usado em motores de aviões e foguetes, componente eletrônicos, implantes ortopédicos e odontológicos, equipamentos de ressonância magnética e peças de alta performance na indústria automotiva e aeroespacial.

Além disso, são extraídos do solo de Araxá fosfatos utilizados na fabricação de fertilizantes e metais cobiçados pelo mundo todo, as terras raras.

As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos encontrados na natureza, como o lantânio, praseodímio, európio, gadolínio, entre outros. Veja abaixo.

O termo “raros” não se deve necessariamente à dificuldade de encontrá-los, já que são abundantes na natureza. A raridade está associada à complexidade de separá-los da sua forma pura.

As terras raras são essenciais para o funcionamento de diversos produtos modernos — de smartphones e televisores a câmeras digitais e LEDs. Apesar de usados em pequenas quantidades, eles são insubstituíveis.

O uso mais importante dessas substâncias está na fabricação de ímãs permanentes. Potentes e duráveis, esses ímãs mantêm suas propriedades magnéticas por décadas. Com eles, é possível produzir peças menores e mais leves, algo essencial por exemplo, para tecnologias, turbinas eólicas e veículos elétricos.

Esses elementos também são fundamentais para a indústria de defesa. Estão presentes em aviões de caça, submarinos e equipamentos com telêmetro a laser. Justamente por essa relevância estratégica, o valor comercial é elevado.

A maior produção mundial está com a China, mas mais do que extrais os minerais do solo, refiná-los é importante para agregar valor ao produto. E aí entra a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia, que atualmente também são liderados pelos chineses.

No entanto, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), entre 2020 e 2024 foram investidos mais de R$ 7 milhões em pesquisas sobre as terras raras no Alto Paranaíba, sendo que Araxá recebeu 93,5% desses investimentos.

E segundo o diretor de ESG e Desenvolvimento da mineradora Saint George Mining Limited, Thiago Amaral, a exploração desses minerais tem trabalho avançado e 100% de financiamento fechado para a fase de pré-construção da planta.

“Araxá tem uma formação geológica única chamada carbonatito, que é como pequenos vulcões, onde nas pequenas frestas um líquido parecido com a água, mas com muitos minérios, entra no meio das fissuras, principalmente terras raras, nióbio, fosfato, ferro. Sendo o fosfato e o nióbio os mais conhecidos, mas olhando para o futuro nós temos as terras raras”, disse o diretor.

Foto: TV Integração/Reprodução

Fonte: Guilherme Gonçalves, g1 Triângulo — Araxá – https://g1.globo.com

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