A obesidade infantil é atualmente uma das principais preocupações de saúde pública no mundo. Classificada como epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição afeta um número crescente de crianças e adolescentes — e, no Brasil, os indicadores estão acima da média internacional.
Segundo o pediatra Wilton Amorim de Matos Neto, da Unimed Araxá, a pandemia de Covid-19 contribuiu para agravar esse cenário. “O isolamento social e as mudanças na rotina resultaram em menos atividade física e maior consumo de alimentos ultraprocessados. Isso favoreceu o ganho de peso em crianças e adolescentes, algo que observamos nitidamente no consultório nos últimos anos”, afirma.
Dados do Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indicam que a taxa de obesidade infantil aumentou significativamente durante a pandemia. O problema, além de impacto social, tem consequências diretas sobre a saúde das crianças. Estudos apontam relação com doenças como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, distúrbios respiratórios e alterações cardiovasculares.
Para o médico, a prevenção começa no ambiente familiar, com a promoção de hábitos saudáveis desde os primeiros anos de vida. “É fundamental que as famílias incentivem uma alimentação equilibrada, reduzam o consumo de alimentos industrializados e estimulem o movimento e o brincar ao ar livre. A obesidade não é apenas uma questão estética, mas um fator de risco real e precoce”, ressalta.
Além da família, escolas e profissionais de saúde têm papel central na construção de uma cultura de saúde. O pediatra destaca a importância de uma atuação coordenada entre os setores. “A escola precisa ir além do conteúdo pedagógico. É importante que ofereça alimentação saudável e crie oportunidades regulares para atividades físicas. Já os profissionais de saúde devem orientar, acompanhar e, sempre que necessário, intervir precocemente”.
Nos últimos anos, o governo brasileiro passou a investir em políticas públicas voltadas à prevenção e ao enfrentamento da obesidade infantil. Iniciativas direcionadas a municípios e equipes de atenção básica buscam estabelecer estratégias efetivas para reverter os indicadores. Ainda assim, o médico reforça que o sucesso dessas ações depende do engajamento coletivo. “A obesidade infantil é um problema multifatorial. Não há solução simples nem isolada. É preciso envolver famílias, escola, sistema de saúde e sociedade como um todo. Quanto mais cedo agirmos, maiores serão as chances de garantir uma infância mais saudável e um futuro com mais qualidade de vida”, conclui.
Fonte: Daniel Nacati – Assessor de Comunicação / Unimed Araxá
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