Ao confirmar a gravidez, a mulher deve procurar a Estratégia Saúde da Família (ESF) mais próxima. O primeiro acolhimento pode ser realizado pelo agente comunitário de saúde, que informa as orientações iniciais e encaminha para a equipe da ESF de referência, onde é realizado o cadastro e a anamnese (entrevista sobre as condições clínicas), pela enfermeira.
Quando identificadas comorbidades ou condições clínicas que possam comprometer a gestação – como, por exemplo, diabetes gestacional, hipertensão ou pré-eclâmpsia – o encaminhamento ao serviço especializado deve seguir um fluxo específico: o médico da unidade preenche um formulário próprio e envia o caso à Central de Regulação, anexando as demais documentações necessárias para que a gestante seja inserida no Ambulatório de Média e Alta Complexidade.
Após a classificação do Núcleo Regulador, é agendada uma avaliação para a gestante na Unidade de Saúde UNISA, onde ela é avaliada pela equipe multiprofissional, composta por psicólogo, assistente social, nutricionista e farmacêutico. Em seguida, é realizado o agendamento para o obstetra de alto risco.
O Ambulatório de Alto Risco está inserido nas dependências da Santa Casa de Misericórdia de Araxá, onde a gestante conta com um atendimento especializado voltado às suas necessidades, inclusive com a realização de exames específicos.
A referência técnica da Ampliação da Média e Alta Complexidade, Jaqueline Mota Martins, explica que em situações onde não é possível o atendimento pelo município, a gestante será direcionada para o Hospital de Clínicas em Uberaba. “Este encaminhamento será realizado exclusivamente pela equipe da Santa Casa, por meio do sistema SUS Fácil. Os partos de alto risco, tanto do município como da microrregião, também são realizados na cidade vizinha, conforme pactuação entre os dois municípios”, destaca.
A referência em Saúde da Mulher, Tatiane Marques, complementa que o fluxo de atendimento passou por uma reestruturação no último ano. “Anteriormente, o encaminhamento era feito pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD), o que trazia limitações. Por isso, foi necessário um planejamento cuidadoso para implementar um fluxo mais resolutivo e eficiente, assegurando assistência diferenciada às gestantes do município”, ressalta.