Apesar do êxito nas vendas de ingressos para os shows da cantora Taylor Swift no Brasil, as ações ordinárias da T4F (SHOW3), também conhecida como Time For Fun, responsável pelo evento, sofreram uma queda de 9,65% (R$ 2,06) durante nesta segunda-feira (20). A diminuição, em grande parte, foi motivada pelos problemas associados ao evento.
No dia do primeiro concerto da turnê, na sexta-feira (17), uma fã de 23 anos passou mal dentro do estádio Nilton Santos, onde o show aconteceu, vindo a falecer posteriormente devido a uma parada cardiorrespiratória. Nas redes sociais, uma série de comentários culpou a T4F pela tragédia, alegando falta de fornecimento de água em um ambiente com sensação térmica superior a 60ºC. Além disso, fãs que compareceram ao evento relataram problemas na organização, confusão nas filas e deficiências na estrutura.
Diante das críticas, a T4F modificou sua abordagem e anunciou que permitiria garrafas plásticas nos próximos eventos, juntamente com o fornecimento de água gratuito nas filas, entradas e dentro do estádio. No sábado (18), autoridades governamentais solicitaram esclarecimentos, com a Polícia Civil do Rio de Janeiro investigando o caso, e o ministro da Justiça, Flavio Dino, ordenando medidas imediatas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
Após os problemas enfrentados, o show programado para sábado foi adiado para esta segunda-feira, causando mais indignação e críticas. A T4F ofereceu a opção de reembolso para os fãs que planejavam assistir ao show no sábado e não puderam comparecer na nova data.
O impacto desses eventos adversos refletiu diretamente nas ações da T4F, gerando incertezas quanto aos fluxos de caixa futuros da empresa, conforme explicou Felipe Pontes, cofundador e especialista em ações da L4 Capital. Além disso, o especialista destacou o impacto negativo na imagem da empresa, provocando desconfiança por parte dos clientes e parceiros de negócios quanto à capacidade da T4F de realizar grandes eventos no futuro.
Esse episódio ocorreu em um momento desafiador para a T4F, que já buscava recuperar sua relevância após contratempos anteriores, como a suspensão dos shows de Justin Bieber em setembro do ano passado e a perda da responsabilidade pelo Lollapalooza Brasil no final de março deste ano, que foi transferida para a “Rock World”.
Essas perdas impactaram negativamente as projeções de receita da empresa no curto prazo, conforme destacado por Luiz Souza, broker de renda variável na SVN Investimentos. Apesar disso, há otimismo no mercado em relação à possibilidade de a T4F reconquistar contratos relevantes e perpetuar suas atividades.