Começar o dia com energia e bom humor é a meta de muitas pessoas. Dentre as tentativas para alcançar esse bem-estar, muitos recorrem à ingestão de cafeína ou a um banho gelado. No entanto, em alguns casos, talvez falte considerar uma atividade geralmente associada à noite: o sexo. Quem diria que começar o dia com uma dose de paixão poderia ser mais eficaz do que qualquer xícara de café?
A ciência diz! – Muito além do prazer, o sexo matinal é um aliado da saúde física e emocional e da produtividade. Thaís Maia, ginecologista, obstetra e sexóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, defende o impacto positivo da atividade logo cedo. “A saúde sexual é parte integrante da definição de qualidade de vida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E essa rotina pode trazer mais benefícios do que se imagina”, destaca.
Menos estresse, mais energia – A especialista explica que transar pela manhã estimula a liberação da “química do bem-estar”: oxitocina, endorfina e serotonina, substâncias responsáveis por promover prazer e reduzir o estresse. A oxitocina, conhecida como o “hormônio do amor”, desperta uma sensação de vínculo e proximidade, o que contribui para uma maior tranquilidade e segurança emocional. Já as endorfinas e a serotonina elevam o humor ao reduzir sintomas de ansiedade e estresse.
O sexo matinal não é apenas um prazer: ele pode aumentar a energia para enfrentar as atividades cotidianas, reforça a sexóloga.
Benefícios que vão além da cama – Além dos ganhos emocionais e mentais, o sexo pela manhã também traz benefícios ao corpo físico. Estudos, como o publicado na Journal of Sexual Medicine, indicam que o sexo matinal pode ter efeitos positivos na saúde cardiovascular ao ajudar a regular a pressão arterial e promover uma melhor circulação sanguínea.
Uma pesquisa conduzida pela educadora sexual Debby Herbenick, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, aponta que o sexo pela manhã contribui para uma sensação de felicidade prolongada ao longo do dia e pode fortalecer o sistema imunológico por elevar os níveis de IgA, um anticorpo crucial para proteger o organismo contra infecções.
Uma outra análise feita em diversos países estudou os impactos da atividade sexual na saúde mental e relacional durante a pandemia de covid-19. Os resultados demonstraram que pessoas que mantiveram uma vida sexual ativa relataram níveis mais baixos de ansiedade e depressão em comparação àquelas que experimentaram uma redução na frequência.
Desejo: espontâneo ou responsivo
O desejo sexual pode se manifestar de forma espontânea ou responsiva. No contexto dos relacionamentos, a intimidade pode, muitas vezes, ficar em segundo plano diante de rotinas agitadas. Por isso, é comum observar uma diminuição do desejo espontâneo ao longo do tempo.
A ginecologista Thaís reforça a importância de integrar a intimidade à rotina do casal. “É fundamental que o casal priorize o sexo, pense mais sobre o assunto e encontre maneiras de encaixá-lo na rotina. À noite, o cansaço pode atrapalhar. O sexo pela manhã pode ser uma alternativa melhor, com benefícios para a libido e o relacionamento.”