As dores articulares são um incômodo comum, que pode variar de um desconforto leve e passageiro até quadros intensos e persistentes. Saber distinguir quando elas são apenas ocasionais ou quando representam um sinal de alerta é essencial para evitar complicações.
Nesta entrevista, o médico Carlos Eugênio Parolini, reumatologista e acupunturista da Unimed Araxá, explica em que situações é possível adotar medidas simples e quando procurar ajuda médica se torna indispensável.
O que são dores articulares?
As articulações são como “dobradiças” do nosso corpo, pontos em que dois ou mais ossos se encontram, permitindo o movimento. A dor articular, chamada de artralgia, pode ter diversas causas, como inflamação (artrite), desgaste (artrose), lesões, infecções ou até doenças autoimunes.
Em quais situações a dor articular não é motivo de grande preocupação imediata?
Muitas vezes, a dor é resultado de esforço ou de fatores simples, como:
– excesso de uso ou esforço, após atividade física intensa ou um dia de trabalho pesado;
– pequenos traumas, como uma batida leve ou movimento brusco;
– postura inadequada, quando a pessoa permanece muito tempo em posição desconfortável;
– resfriados ou gripes, já que algumas infecções virais causam dores no corpo, incluindo nas articulações.
Nesses casos, o desconforto costuma ser leve e melhora com repouso, aplicação de compressas (frias ou quentes, dependendo da situação) e, às vezes, com analgésicos de venda livre.
Quais são os sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar um médico?
É importante buscar atendimento quando a dor apresenta certas características, como:
– persistência, sem melhora após alguns dias de repouso;
– intensidade elevada ou surgimento súbito, especialmente sem causa aparente ou após lesão;
– presença de inchaço, vermelhidão ou calor na articulação;
– rigidez matinal que dura mais de 30 minutos;
– perda de função, como dificuldade para levantar o braço, caminhar ou segurar objetos;
– deformidade visível na articulação;
– sintomas associados, como febre, perda de peso inexplicável, fadiga extrema ou erupções cutâneas;
– histórico de trauma, queda ou acidente, com suspeita de fratura, luxação ou lesão ligamentar.
Por que é fundamental não adiar a consulta médica em casos suspeitos?
Porque a dor articular pode estar ligada a condições simples ou a doenças graves que, se não tratadas, podem gerar danos permanentes nas articulações e comprometer a saúde geral. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para:
– aliviar a dor e melhorar a função;
– prevenir a progressão de doenças como artrite reumatoide, lúpus ou gota;
– evitar complicações, como instabilidade crônica ou artrose precoce;
– garantir melhor qualidade de vida, permitindo retomar atividades diárias, hobbies e exercícios.
Muitas pessoas recorrem à automedicação. Qual é o risco dessa prática?
A automedicação pode mascarar sintomas importantes e atrasar o diagnóstico correto. Só o médico pode avaliar cada caso, solicitar exames — como radiografias, ultrassonografias ou análises laboratoriais — e indicar o tratamento mais adequado.
Fonte: Daniel Nacati – Assessor de Comunicação / Unimed Araxá
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