A força-tarefa que apura fraudes no INSS avançou para uma nova etapa e agora concentra os trabalhos em operações de empréstimos consignados que somaram R$ 89,5 bilhões apenas em 2023, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). A análise busca identificar quantas dessas concessões foram autorizadas de fato pelos aposentados e pensionistas e quais podem ter sido liberadas indevidamente, sem consentimento dos beneficiários.
De acordo com o relatório do TCU, 35 mil reclamações formais de empréstimos irregulares foram registradas no ano passado. As denúncias incluem casos em que os segurados não reconheceram as contratações nem os valores depositados em suas contas, indicando a existência de fraudes sistemáticas no uso de dados pessoais e falhas no mecanismo de autenticação.
Uma das principais linhas da nova investigação avalia a eficácia da identificação biométrica, adotada justamente para impedir esse tipo de fraude. As apurações preliminares, no entanto, apontam que o sistema de verificação não conseguiu barrar as práticas irregulares.
Além do INSS, a Dataprev — responsável pelo processamento de dados da Previdência Social — também entrou no foco da força-tarefa. Os investigadores apuram possíveis falhas ou conivência na proteção e uso dos dados sensíveis dos segurados.
A nova frente é paralela à operação que investiga descontos indevidos de mensalidades associativas, com prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. No caso atual, a suspeita é que intermediários, correspondentes bancários e agentes financeiros tenham atuado em conluio para autorizar empréstimos sem anuência do titular.
O trabalho de rastreamento é coordenado por TCU, CGU, Polícia Federal, Ministério da Previdência e Advocacia-Geral da União (AGU). Não há prazo estabelecido para a conclusão dos monitoramentos.
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